CURIOSIDADES

A Baixada


baixada: planície entre montanhas; depressão de terreno próxima a uma colina.


Muitos fizeram este trajeto.  Para quem morava na região da Vila Varginha, Esplanada, Palmital, para ir à escola, à igreja ou qualquer outro compromisso na região do que hoje é a Estância Pinhais ou Centro, precisava passar pela baixada. A República Dominicana era a linha que separava a planície da morrania. Saindo desta rua, encontrávamos alguns caminhos; só dependia do destino escolhido. Do outro lado da Av. Camilo Di Lellis haviam as casas da companhia de cimento; eram terras desta companhia. Em uma destas casas, nos anos 60 e início de 70, funcionava a delegacia, detalhe: às vezes, havia alguém detido por roubar roupa de algum varal ou galinhas ou brigões de boteco; e em outra, o cartório; costumávamos chamar de "Cartório da Regina" , portanto, se um deles fosse o destino, saindo da República Dominicana, o caminho do pinheiro era o indicado, pois, acabava exatamente, de frente para estas casas, que ficavam do outro lado da avenida.
Começava uma leve subida e o ponto máximo era em um pequeníssimo capão com um grande pinheiro no centro. passando este capão, o caminho se tornava suave e só se elevava alguns metros, antes de chegar na Av, Camilo Di Léllis. Hoje é mais ou menos, como se iniciasse uns  80 metros abaixo à rua da Câmara de Pinhais e seguisse em direção à Rua 7 de Setembro,.


Outro trajeto, o mais usado, comum às crianças da escola, aos católicos e funcionários da cerâmica, quando ainda estava em funcionamento, era o da barroca. Este era íngreme, porém, era o melhor  trajeto para se chegar ao outro lado.
Começava no mesmo ponto do anterior, ou seja, alguns metros abaixo do que hoje é a rua da CMP, porém, começa numa abertura de + ou - 30° à esuqerda do caminho do pinheiro e começava a subir  um leve tope, depois aplainava por mais alguns metros, subindo, novamente até mais da metade do percursso. O ponto máximo e estupendo era o início da barroca.
Olhando para baixo, era uma descida incrível; um rolador, como diriam os antigos; acabava e recomeçava a subida íngreme, até o topo. depois eram só algumas elevações sem grande importância, até o destino, no que hoje é a atual delegacia, perto do trevo.
Era uma campo extenso. Saudades!


Outro caminho era contornando o mato. Pouco usado. Costumavam usar para ir até a casa da Dona Otília que aplicava injeções e benzia de cobreiros, sapinhos etc., e trocar galinhas, emprestar galinha choca...(era sombrio, entre os pinheirais, onde o vento criava um som grave; assustador)


Também usado pelos que desembarcavam do trem, na estação e seguiam para estas vilas.
Passou a ser muito usado pelas crianças quando a escola pública passou a funcionar na Vila Irene, isto já, na década de 1970.
Aqui, toscamente criada por mim, uma representação destes caminhos.




O areia da rua da Igreja.


Como a construção da Igreja de N. S. da Boa Esperança começou na década de 1920, a estrada que levava para a cerâmica, logo deixaria de se chamar estrada da cerâmica para se chamar "rua da Igreja", apesar das controvérsias, por alguns pensarem que a chamavam de rua do cimento, a companhia só veio a se instalar em Pinhais, anos depois, mas, talvez, outros que chegaram mais tarde, a denominaram assim.
 Estamos falando da Avenida Camilo Di Léllis.


Qual a curiosidade?


Muito bem; não é preciso ser muito antigo para lembrar desta rua, antes do asfalto feito na 1ª gestão do, então prefeito, Luiz Cassiano de Castro Fernandes. Era uma rua coberta por areia fina, em toda sua extensão.
Parecia uma rua do litoral. A areia era tanta que muitos juntavam aos baldes para jardins,carreiros e lamaçais.
Era só juntar com a pá. A areia se acumulava nas beiras e, para os motoristas desavisados, em dias chuvosos, poderiam ficar em apuros, patinando. O interessante é que era solta e fina.
No trecho que antecede a linha do trem, era mais fofa e em maior quantiade, provavelmente,  por ser mais baixo. Os moradores desta avenida, até meados dos anos 1960, não reclamavam, mas, quando o movimento de automóveis aumentou, o pó branco entrava  varandas à dentro.
Do lado esquerdo, sentido estação, moravam as donas de casa:


Darei a sequência exata das residências:
Zulmira Chalcoski, Iassy Kaudy, Solange Macanhan, escola pública, Carolina da Cunha Luz, Zilda Bourbella, Augusta da Cunha Luz, Marina da Cunha Luz. Havia mais uma casa onde passa a Av. Airton Senna, a casa de Elvira Graciano, mas, na época do movimento, já haviam se mudado. A propriedade era da família de Elvira, os Cunha luz, ainda moradores nesta avenida


Essas senhoras foram as primeiras a sofrerem, as consequências do progresso, porém, logo resolvido com o asfalto. Era aquele limpa-limpa, porém, bastava o ônibus passar e pronto.






Vamos colocar os pingos nos is sobre alguns nomes e termos de Pinhais de anitigamente, para a compreensão dos textos.
Cerâmica - Hoje, isistentemente, os pesquisadores frisam a palavra olaria e, ao ouvir relato de algum morador antigo, geralmente idoso, substitui uma palavra por outra; ora, então aqueles que moraram e trabalharam na dita fábrica, não saberiam se expressar? Vejamos, então: Guilherme Weiss, proprietário não só de terras e da fábrica de tijolos em Pinhais, era, também, proprietário de terras em Curitiba, incluindo os escritórios principais que administravam seus bens; constituída então a Ind. Weiss ltda. de Curitiba, para ficar distinta, a fábrica de tijolos e telhas tinha a designação jurídica de Cerâmica de Pinhais, pois era uma indústria cerâmica. Eis então, as centenas de histórias contadas sobre a cerâmica e não sobre a olaria. Sabemos, logicamente, que uma fábrica de tijolos se chama olaria, porém, o termo cerâmica, não pode ser substituído para que não haja a perda da memória cultural dentro da história de Pinhais. Estes nomes estão, até hoje, impressos em tijos e telhas fabricados na época e estão presentes nas construções mais antigas da cidade.
Estrada do Encanamento - Ainda ouço este termo para referir-se à Rodovia João Leopoldo Jacomel. Mas, para tudo há uma explicação, basta ouvirmos quem sabe, ou seja, são aqueles que viveram a história. A tubulação que conduz água para Curitiba corta o município de Pinhais, seguindo paralela à tal rodovia, tubos instalados na década de 40, mesma época da construção da caixa d'água do Alto da XV,. Encanamento d'água; eis aí a denominação Estrada do Encanamento, e não era denominação de cunho popular, era o nome oficial, aceito por correios e comerciantes. Trataremos da história da caixa d'água na página de história, mais para frente.
Ilha - Lugar onde o terreno era pantanoso e os animais chegavam a atolar -se a tal ponto, que os proprietários, muitas vezes, não consegyuiam retirá-los e morriam, presos no banhado. Toda a região baixa, beira Rio Atuba. Porcides, Cacesmark, Chalcoski, Vachivicz... São algumas dasfamílias que tinham vacas leiteiras para consumo próprio. Vendiam o excesso do leite para outros moradores. O alarde acontecia ao chegar a notícia de que os animais estavam indo para a ilha; era trabalho dos mais jovens buscá-los à tardinha e, também, afastá-los dos banhados.


Baixada - Barroca - Passando pela Avenida Camilo Di Lellis em direção à linha do trem, à esquerda, era um terreno com desníveis que impediam qualquer tipo de construção. Onde hoje é a Câmara de Pinhais, o terreno começava baixando uns 2 metros, se estendia plano por mais uns 80 a 100 metros, depois baixava abruptamente metros e metros, criando uma barroca profunda e subia novamente, da mesma forma, continuava plano por mais uns 100 metros e formava outra barroca menor. Estes desníveis se estendiam por toda a extensão da avenida, e seguiam até onde é hoje a Rua República Dominicana, só então formava um terreno plaino, porém, em descida, até a linha do trem. Os campos e morranias com dois agrupamentos de mata baixa e pinheiros pertencentes ao senhor Acácio Dias eram provenientes de herança dada pelos pais de sua esposa Maria da Cunha Luz Dias, vendida posteriormente parte para a indústria Portland e parte à Jorge Monteiro; já, a parte plaina era de propriedade de Humberto Scarpa, por herança de Adelaide Weiss Scarpa, vinda de seus pais. O loteamento aberto por Humberto Scarpa em 1950, (da Rua República Dominicana para toda a região ao leste) possibilitou aos funcionários a compra de lotes nesta, desde onde começava a área plaina, até a estrada do encanamento e também para o outro lado dela. Até 1952, já estabelecidos, era comum serem encontrados pelo endereço "depois da barroca"; estava se formando a Vila Varginha, hoje, centro.


Estas famílias ainda se encontram na mesma região.(Porcides, Miranda, Novack, Marchioro, Vachvics, Gavelacki, Bucenko, Forlepa, Stier, Bueno, Santos, Silva Pinto). Hoje, são muitos os moradores